quarta-feira, 14 de julho de 2010
Quando os dias passam...
Algumas pessoas esperam mais por certas coisas. Pra outras tudo acontece simplesmente mais rápido. A vida não para pra absolutamente ninguém e nós vivemos em função de inúmeros e infindáveis compromissos; uns a longo prazo, outros mais próximos. No início de 2010 passei por algo que todo brasileiro (note o emprego do gênero masculino) enfrenta em algum momento de sua vida, mais precisamente no ano em que completa dezoito: alistamento no exército. E, claro, recebi inúmeros conselhos dizendo "você não será chamado, fique tranquilo", "eles não pegam filho único, não escolhem quem não quer". Logicamente todos esses argumentos caíram por terra quando, no dia do retorno, fui convocado para a Seleção Geral. E cá estou eu, a cerca de cinco horas do "momento da verdade". Já tentaram agora, de uma forma diferente, me tranqüilizar com afirmações do tipo "calma, eles vão te dispensar", tendo até quem dissesse que "o salário é excelente". De qualquer forma, nada disso ajudou muito, então simplesmente ignorei e aceitei a realidade: será o que tiver que ser. Mas é claro que nesses momentos bate aquele sentimento de "queria ser mulher", embora este seja negado instantaneamente pelos problemas de menstruação e a dor de um parto, entre outras coisas não tão agradáveis.
Ainda assim, nem toda espera é negativa. Um dos maiores exemplos disso, pelo menos para mim, foi a ansiedade pela chegada do dia 15/07/10, reforçada ainda mais pelos acontecimentos de hoje. Se até então nada era certo, agora as coisas são mais que reais, praticamente palpáveis. A ficha ainda não caiu, isso é absolutamente inegável, e, como já disse a ele, provavelmente não cairá até a manhã ou noite de sexta-feira. Afinal, uma promessa feita há mais de quatro meses não se realiza sem grandes sustos, mesmo em frente à enorme felicidade de um evento tão almejado. Serão duas semanas maravilhosas, sem dúvida alguma, e faremos de tudo para aproveitá-las ao máximo. Haverão dificuldades, inerentes a todo e qualquer novo passo, porém creio sermos capazes de superá-las e fazer dessa viagem algo completamente inesquecível.
Enquanto isso, outros objetivos vão aparecendo e as atividades começam a borbulhar em nossas mãos. Mais quatro meses ainda hão de serem decorridos até a apresentação do meu TCC, o que, sinceramente, é pouquíssimo tempo para confeccionar e finalizar devidamente um trabalho dessa magnitude. E as horas no dia acabam faltando; às vezes desejava um movimento de rotação terrestre com, pelo menos, 36 horas e uma translação de uns 400 dias.Teríamos meses e anos mais longos, mais oportunidades e mais tempo pra lazer, amigos, família e o indispensável auto-conhecimento. Infelizmente sou obrigado a admitir a impossibilidade disso e aceitar a pressa da vida em fazer-se passar o mais rápido que conseguir.
Seria hipocrisia minha, contudo, classificar tal correria de forma a transformá-la em algo puramente prejudicial. Quem já não se pegou pronunciando palavras como "Graças a Deus, já passou" ou mesmo "Ainda bem que as coisas passam rápido" que atire a primeira pedra, visto que existem situações suficientemente insuportáveis para merecerem nossa aversão a elas. Isso posso aplicar exatamente no que citei logo no início desse texto: a Seleção Geral do exército. Não vejo a hora de estar livre e poder comemorar, aliviado, o fim desse tormento. No entanto, gostaria de acreditar na infinitabilidade das próximas duas semanas; sei, de qualquer forma, que isso não existe.
Sendo assim, agradecendo ou reclamando, a vida vai andando. As coisas acontecem, novas emoções nós esperamos e expectativas geramos de um futuro diferente ou situações que nos proporcionem tanto prazer quanto desgosto. O maior ganho é, certamente, a aquisição de conhecimento e experiência, dois grandes aliados em nossa jornada. Sejam derrotas ou vitórias; quando os dias passam tudo se converte em crescimento e evolução.
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