Sangrou a última gota,
um coração já vazio,
uma melodia já oca,
sem ritmo, sem maestro.
Sem maestro, sem batida.
Não como a chuva a se debulhar,
e sim como uma lágrima escondida,
daquelas que não ousam se mostrar.
Um dia, uma noite, mil e uma noites
ele esperaria, mas hoje não é dia.
Hoje não é uma noite, menos ainda mil e uma.
Segue a estrada, seu coração já de pedra,
escuro, sem luz como a noite a guiá-lo.
Seus fantasmas a persegui-lo,
medos dele tentando arrancar.
Mas já não é mais o mesmo;
sua melodia secou e morreu.
Sangrou, como sangra a vida,
como sangra o que tem vida.
Como gela o frio da morte,
congelou, endureceu, mais que pedra virou.
E hoje não se acha mais seu sol,
seu sol que brilhava sem fim.
A luz se apagou, as nuvens nublaram seu céu,
nublaram seu ser.
Morrem mil, nasce um.
Evanescem todos antes do cair da noite,
todos que luz um dia tiveram.
Sangra a última gota,
cessa a música, apaga-se o fogo,
morre a batida e bate o coração sua última vez.
Dali em diante, só rochas,
pois rochas não sangram.
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quarta-feira, 30 de maio de 2012
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Claro
Pinga, pinga, pinga
Repete o som da canção
O meio e o fim da sensação
Tocam-se como velhos parceiros
Se há ou não verdade nas palavras
Deixo aos outros a análise
Mas real é esta minha catarse
Disso não abro mão
Creia quem o quiser
Desista aquele que assim desejar
Ajoelhe-se o pobre sem lar
E chore o palhaço no circo
Que saibam todos:
"A verdade se dá a poucos"
Fujam então os outros
Corram para além-muro
Pinga, pinga, pinga
Escorre pelo rosto e vai ao chão
Que consigo vos leve o perdão
E que a noite se faça manhã
Não seja eu o mesmo amanhã
Sejamos nós o céu do universo
7 bilhões de estrelas a brilhar
E o mundo talvez clarear
Repete o som da canção
O meio e o fim da sensação
Tocam-se como velhos parceiros
Se há ou não verdade nas palavras
Deixo aos outros a análise
Mas real é esta minha catarse
Disso não abro mão
Creia quem o quiser
Desista aquele que assim desejar
Ajoelhe-se o pobre sem lar
E chore o palhaço no circo
Que saibam todos:
"A verdade se dá a poucos"
Fujam então os outros
Corram para além-muro
Pinga, pinga, pinga
Escorre pelo rosto e vai ao chão
Que consigo vos leve o perdão
E que a noite se faça manhã
Não seja eu o mesmo amanhã
Sejamos nós o céu do universo
7 bilhões de estrelas a brilhar
E o mundo talvez clarear
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
(Postagem antiga) Sete distâncias, sete tempos
Observava a lua, via as estrelas e contemplava a imensidão do grande absoluto
Sabia que nada era eterno, embora tudo se refizesse com certa precisão
Quatro palavras, não as disse, pensei-las sem encontrar fôlego para expelir o som
E lá estávamos nós, com sentenças mal acabadas e entrelinhas incoerentes
Queria eu olhar nos teus olhos e dizer tudo que guardei, tudo que soube e esperei para fazer
Mas não pude, não vi, não busquei seguir uma das duas vias que me levasse a algo diferente
Somente parei, olhei, encarei a realidade com olhos incrédulos e indignos, sem nada explicar
Quem dera poder um dia, com um tanto de compreensão e sabedoria, dizer-te as minhas inconstâncias
Para tanto, entretanto, deveria eu esclarecê-las antes a mim mesmo; fazê-lo, verdadeiramente, não aprendi
Digo-te, pois, que nada posso, sendo isso fruto de fatos vindos da alma, do coração de quem reconhece não conhecer aquilo que deveria ser conhecido
Encontraria paz nos meus desejos, mas trazer-me-iam dor com a qual seria incapaz de lidar
Responda-me apenas uma vez, diga-me a razão de estarmos a dois passos de um destino inescapável
Poderias tu mudar o que fazes? Poderia eu saber quais são minhas aparências e descobrir as sete faces?
Facilmente diria-te as certezas que tenho, porquanto as dúvidas se lhes mostram muito maiores e mais avassaladoras
Uma alma que não canta, que se perdeu em meio ao seu rumo esquisito e oscilante
Canta somente quando lhe espera algo mais, quando pensa haver achado seu tesouro perdido
Logo depois, porém, descobre que vazia é a vida das coisas que a rodeiam, tão vã quanto o que lhe sobra de sobriedade
Não caberia-lhe entender mais que sua capacidade, mas insistentemente corre atrás do que não lhe pertence
Perdoe-me por não poder, perdoe-me por minha fraqueza e ingenuidade
Pensava e visualizava quadrados arredondados, quase círculos girando num mundo agitado e impreciso
Mas estes, num posterior vislumbre talvez premeditado, mostraram-se como triângulos e trapézios
Magoaram-me com suas mentiras; no entanto, pior era eu que havia dado-lhes crédito
Estúpida criatura que fui, enganada e enganadora, a quatro tempos de uma decisão quiçá errônea
Passar-se-iam mais três para clarear-me a mente confusa e obscura, mas resultado não trariam
Deixar-se-iam penetrar os cantos e partes mais profundas daquilo que nenhuma pessoa jamais teorizou
E veria eu minha queda, minha tentativa final de reconstruir os muros da cidade em cinzas pela guerra eterna
Chorei, mas não me adiantou
A dor só perseguiu e estancou, cravou-se naquela pequena parte de sabedoria esquecida
E eu perdi, não fiz o que deveria fazer
Talvez deseje mais do que posso ter, talvez imagine mundos deveras exacerbadamente coloridos
Inexistentes, falhos e fajutos, sem qualquer fundo de realidade ou experiência contabilizada
Não existem, assim como eu também não existo em meio a eles
Sou isso que sou, aquilo que entendo não ser
Pertenço a algo que não conheço, sem parentesco ou laço agradável
Prometo-me apenas uma coisa: saberei um dia o que faço e direi a ninguém minha descoberta.
Ps: escrevi esse texto em 29 de junho de 2010, publicando-o num blog que criei e abandonei (pra variar). É legal ver como muita coisa mudou daquela época pra cá.
Ps: escrevi esse texto em 29 de junho de 2010, publicando-o num blog que criei e abandonei (pra variar). É legal ver como muita coisa mudou daquela época pra cá.
domingo, 24 de outubro de 2010
Universo (Im)Perfeito
Respirar num mundo em que não nos pertence, estar em tudo e e em nada ao mesmo tempo
Ser a essência, a vida, a morte, a união, a separação, a dor, a calúnia, a misericórdia
A compaixão, a mão que afaga, o ódio, a destruição, a natureza, a beleza, o horror
Não ser nada, existir em todos os aspectos
Ora, mas o que é mesmo a existência?
A energia abundante que tudo permeia, da qual estamos cheios e mal sabemos
A vontade que em todos habita, o vácuo entre a matéria que ainda desconhecemos
E o mundo gira, rodando a uma velocidade incrível
O macro e o micro se encontram e se complementam, tornando-se exatamente a mesma coisa
A vontade tem poder absoluto, pois ela é a geradora de todas as coisas
E como saber o certo e o errado, se tudo é incerto e nada é exato?
Pois apenas busquemos o que nos completa, o bem comum e a realidade universal
Valores incompreensíveis para muitos, mas tangíveis para tantos outros que agora estão vindo
Transformações, mudanças...tão necessárias quanto o nosso oxigênio cotidiano
Levantar-se, tentar, lutar...restaurar o que for possível e fazer tudo novo
O criador está em tudo, o criador é tudo
Toda a criação reflete sua inefável sabedoria e seu infinito amor
Cantemos, cantemos essa melodia eterna, nascida da Primeira Causa
Talvez estejamos errados, mas saudemos o alvorecer de uma nova visão
A consciência que se manifesta em tudo, que faz tudo, que é tudo, que a tudo pertence
Nós somos o Todo, o Absoluto, a verdade por trás das enganações
E mesmo que nem tudo possamos unificar, procuremos pelos caminhos da luz
Deixemos a centelha do conhecimento eterno resplandecer na imensidão estrelada
Permitamos ao tempo curvar-se em sua própria curvatura compartilhada e dependente, juntamente a tudo que existe
Criemos nosso mundo, nosso universo, nossa vida e sejamos as ondas que se espalham pela vasta escuridão
Atraiamo-nos uns pelos outros, para sabermos que fazermos parte da mesma coisa
Sintamos o mais ínfimo pedaço de nosso ser, espelhemos a mais sublime e minúscula maravilha da criação
Soemos em uníssono, com os distantes e os próximos
Alcemos para outros mundos, conheçamos outras buscas e novos horizontes
E assim, simetrica ou assimetricamente, escolhamos a realidade mais real
Sonhem e devaneiem, vós que sabeis buscar pela verdade
Sorriamos e felicitemos a beleza da existência, em todas as suas imperfeições, nós que apenas procuramos
E essa é a música, a canção do espaço-tempo incluída em cada um de nós
Pois tudo somos, tudo sabemos, nada deixamos para trás
Tudo nos contempla, tudo nos assiste
Somos o centro e ao mesmo tempo o ponto perdido na infinitude de um sistema inacabado
Somos o Criador, a manifestação da vida
Somos o belíssimo Universo Perfeito no qual habitamos.
(Escrevi esse texto numa época em que a Física Quântica exerceu fortíssima atração sobre mim. Fui atrás de livros, artigos, documentários e tudo aquilo que me passasse alguma informação sobre essa maravilhosa parte da ciência. Claro, as idéias expressas acima não possuem fundamentos exatos, posto que partem da mente de um leigo com grande interesse pelo assunto. O texto é de 15/06/2010.)
Ser a essência, a vida, a morte, a união, a separação, a dor, a calúnia, a misericórdia
A compaixão, a mão que afaga, o ódio, a destruição, a natureza, a beleza, o horror
Não ser nada, existir em todos os aspectos
Ora, mas o que é mesmo a existência?
A energia abundante que tudo permeia, da qual estamos cheios e mal sabemos
A vontade que em todos habita, o vácuo entre a matéria que ainda desconhecemos
E o mundo gira, rodando a uma velocidade incrível
O macro e o micro se encontram e se complementam, tornando-se exatamente a mesma coisa
A vontade tem poder absoluto, pois ela é a geradora de todas as coisas
E como saber o certo e o errado, se tudo é incerto e nada é exato?
Pois apenas busquemos o que nos completa, o bem comum e a realidade universal
Valores incompreensíveis para muitos, mas tangíveis para tantos outros que agora estão vindo
Transformações, mudanças...tão necessárias quanto o nosso oxigênio cotidiano
Levantar-se, tentar, lutar...restaurar o que for possível e fazer tudo novo
O criador está em tudo, o criador é tudo
Toda a criação reflete sua inefável sabedoria e seu infinito amor
Cantemos, cantemos essa melodia eterna, nascida da Primeira Causa
Talvez estejamos errados, mas saudemos o alvorecer de uma nova visão
A consciência que se manifesta em tudo, que faz tudo, que é tudo, que a tudo pertence
Nós somos o Todo, o Absoluto, a verdade por trás das enganações
E mesmo que nem tudo possamos unificar, procuremos pelos caminhos da luz
Deixemos a centelha do conhecimento eterno resplandecer na imensidão estrelada
Permitamos ao tempo curvar-se em sua própria curvatura compartilhada e dependente, juntamente a tudo que existe
Criemos nosso mundo, nosso universo, nossa vida e sejamos as ondas que se espalham pela vasta escuridão
Atraiamo-nos uns pelos outros, para sabermos que fazermos parte da mesma coisa
Sintamos o mais ínfimo pedaço de nosso ser, espelhemos a mais sublime e minúscula maravilha da criação
Soemos em uníssono, com os distantes e os próximos
Alcemos para outros mundos, conheçamos outras buscas e novos horizontes
E assim, simetrica ou assimetricamente, escolhamos a realidade mais real
Sonhem e devaneiem, vós que sabeis buscar pela verdade
Sorriamos e felicitemos a beleza da existência, em todas as suas imperfeições, nós que apenas procuramos
E essa é a música, a canção do espaço-tempo incluída em cada um de nós
Pois tudo somos, tudo sabemos, nada deixamos para trás
Tudo nos contempla, tudo nos assiste
Somos o centro e ao mesmo tempo o ponto perdido na infinitude de um sistema inacabado
Somos o Criador, a manifestação da vida
Somos o belíssimo Universo Perfeito no qual habitamos.
(Escrevi esse texto numa época em que a Física Quântica exerceu fortíssima atração sobre mim. Fui atrás de livros, artigos, documentários e tudo aquilo que me passasse alguma informação sobre essa maravilhosa parte da ciência. Claro, as idéias expressas acima não possuem fundamentos exatos, posto que partem da mente de um leigo com grande interesse pelo assunto. O texto é de 15/06/2010.)
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