sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sem pontuar

Não há ponto que
aponte a pausa a fazer

Só segue e prossegue
e correndo consegue
seu alvo bem breve
e leve atingir

Apresse
e não enseje
a prece e feche
seu leque a se abrir

Só corra
sem pausa e
deixe à rua a vida
sair

Que triste é saber
que tanto correr e
e os dias não ver é no fim
sem nada morrer

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Não!

Não quero!
Recuso-me a jogar
com as palavras e a vida a fazer
rimas emaranhadas.

Sem nexo, não ligadas
entre si, uma sensatez
inexistente, metáfora que
inteira se faz, revolta em mim.

Mas quero,
versos a criar, fé
com coração, à tona trazer
simples comparação, do nada imitação.

Amar é mudar,
ordem que seja
não respeitar, concordar
em sentido contrário andar.

Aquela

Seu rosto acalma, seus gestos
lançam, ao ar, sua alma
Não se vê, mas fala
e cala, aos poucos.

Embala, meio retórica,
metade de si atenta,
como quem saber tenta,
sem ver, a mente de outrem.

Se encontra, conosco, consigo,
e eu, sonâmbulo, a sigo.
Uma mulher, mais que uma
simples mulher, que conquista, cativa.

Enfim, inteira se doa,
sem fim se perdoa, e repete,
de si para si, que amanhã há de lembrar:
sua paixão maior é ensinar